Índice do artigo

Localizada no Litoral Oeste da Estremadura, no sopé da serra que lhe dá o nome, Amoreira é uma das nove Freguesias que compõe o concelho de Óbidos, no distrito de Leiria. Com uma área de 25 Km2, Amoreira é delimitada pelas freguesias de Olho-Marinho, Vau, Pó e Santa Maria de Óbidos.
Antiga Vila, com foral outorgado por D. Manuel, a 14 de Setembro de 1512, Amoreira pertencia à Casa das Rainhas e possuía, Misericórdia, Hospital e praça de touros, da qual ainda existem as ruínas. A importância da vila, a que as jazigas minerais emprestavam reconhecida prosperidade, e a extensão do seu território deram origem à formação de pequenos aglomerados populacionais, que, com o decorrer dos anos, foram progredindo e conquistando a sua emancipação. Com a elevação da povoação de Olho-Marinho a Freguesia, em 1925, Amoreira viu os seus limites ainda mais reduzidos, embora continue a ser uma das Freguesias mais importantes do concelho.
Actualmente a freguesia compõe-se das povoações de Amoreira, Casal do Convento, Casal dos Felícios, Casal do Fevereiro, Casal do Janeiro, Casal de Água, Casal do Vale do Barracão, Moinho Novo, Moinho da Praia.
O território da Freguesia da Amoreira estende-se até ao oceano Atlântico junto do qual se deve realçar o muito importante empreendimento turístico denominado Praia Del Rey, com clube de golf, piscina, restaurante, bar, centro de ténis com sete campos e o único hotel de cinco estrelas do distrito, da cadeia Marriott, onde a selecção nacional de futebol ficou instalada no período de preparação para o Campeonato da Europa de 2004. Para além destes serviços , proliferam habitações dos mais variados tipos que, obedecendo a um traçado comum, emprestam a toda a área uma agradável sensação de conforto.
Destacamos ainda uma quinta, a Quinta do Paúl, cuja referência é essencial não só pela sua importância intrínseca como também por ser a última das grandes quintas ainda existentes na Freguesia da Amoreira.

As origens da Povoação

A Amoreira foi uma terra com bastante importância, em tempos recuados, chegando mesmo a rivalizar com Óbidos. Diz-se ter havido aqui um castelo, o que está por provar, e alguns historiadores viam a possibilidade de se encontrar nas suas cercanias a tão procurada cidade de Eburobrittium, a qual, acabaria por ser encontrada recentemente sob o viaduto da A-8, a dois quilómetros de Óbidos, contudo, na opinião do historiador Beleza Moreira Amoreira terá sido morada de um edil (Magistrados Romanos, criados para ajudar os tribunos e que se pode comparar aos actuais vereadores) da cidade de Eburobrittium
Próximo da Amoreira encontra-se a Ferraria, célebre por ter sido, outrora, uma forja ou fábrica onde os árabes faziam as suas armas. Consta que Afonso Henriques, tendo conquistado Óbidos e sabendo que a Sul, entre uns bosques, havia uma forja, ali mandara uma pequena força guiada por um mouro. Ao lá chegarem não encontraram ninguém, mas em compensação acharam alguns morriões, grevas, lanças e outros objectos, que tudo fizeram conduzir para Óbidos. É provável que ali houvesse perto alguma mina de ferro, já que hoje só existe uma grande quantidade de borras deste metal. Tem-se achado grande número de rebolos de diferentes tamanhos, bocados de tijolo, de uma grossura de mais de mão travessa, e telhas de tamanho admirável. No século XIX foram ainda encontrados vários objectos em ouro finíssimo e botões. Encontrou-se também um grande número de bocados de ouro de uma e duas onças do tempo dos Árabes, vindos nos entulhos que se tinham tirado de um pardieiro, desconhecendo-se a época em que terá sido habitado, e onde, depois de desentulhado, se descobriu o pavimento de ladrilho, igual a muitos encontrados em construções árabes.
Desde o século XII qua a zona litoral da freguesia da Amoreira despertara interesse nas casas reais. Quer pela caça, quer pela pesca na lagoa de Óbidos, tendo esta zona sido propriedade da Rainha D. Beatriz e mais tarde D. Afonso IV. D. Fernando, contribuiu também para o povoamento da zona ao isentar de tributos os que lá moravam e aqueles que para lá fossem morar. Os conventos de Chelas e de Alcobaça também marcaram a sua posição nesta zona, junto ao Sobral da Lagoa e Amoreira, possuindo aqui algumas granjas.
Amoreira foi também morada do importante Convento de Nossa Senhora da Conceição de Frades, da ordem de São Jerónimo. As origem deste mosteiro remontam a 1513 data em que foi edificado um mosteiro denominado Nossa Senhora da Piedade ou da Misericórdia na ilha da Berlenga. Este convento tinha por finalidade ajudar o povo nas suas enfermidades e simultaneamente divulgar e propagar a fé em Cristo, nomeadamente junto dos mareantes que com frequência aguavam nas ilhas Berlengas.
No entanto, as péssimas condições a que estavam sujeitos os religiosos com inundações frequentes, deficiente aprovisionamento de bens alimentares e principalmente maus tratos infringidos pelos piratas turcos, marroquinos, franceses e ingleses em especial após a conversão ao protestantismo de Henrique VIII de Inglaterra, fizeram com que em 1534, a Rainha D. Catarina, mulher de D. João III desse ordem para a construção de um novo convento na freguesia da Amoreira, mais precisamente no sítio de Vale Benfeito. O novo convento terá ficado concluído em 1545 e terá prosperado até 1834 ano em que se deu a extinção das ordens religiosas. 

Amoreira, e as origens das Freguesias de Vau e Olho Marinho

Consta que volta de 1740, terá vindo a banhos às Caldas da Rainha o rei D. João V. Acompanhado pelos infantes seus filhos D. José e D. Pedro que tinham como propósito seguir para a lagoa de Óbidos onde pescariam e caçariam. D. Pedro, que viria a ser o rei D. Pedro III, ao pescar junto à restinga entre a lagoa e o mar terá sido arrastado por uma vaga pondo em perigo a sua vida, uns pescadores que andavam por perto logo se atiraram à água trazendo o Príncipe a salvo. Mais tarde quando o infante perguntou aos remadores da bateira o que poderia fazer por eles, foi-lhe pedido que transformasse o seu lugar em freguesia. E desta forma nasce a Freguesia do Vau por desanexação de parte da área da Freguesia da Amoreira a 12 de Janeiro de 1747.
A 5 de Março de 1925 nova desanexação dá origem á freguesia de Olho Marinho. O planalto de Cesaredas (onde se situa Olho Marinho), com os seus doze quilómetros de comprimento e dez de largura é uma vasta região desde sempre fértil em caça e água e por isso com vestígios de ser habitada desde a pré-história como comprova um crânio humano da época do Neandertal encontrado na gruta denominada “Casa da Moura”. As populações de recolectoras passaram a gregárias e os primeiros núcleos foram-se instalando junto das magníficas nascentes de água que este local oferecia. Diz-se que Júlio César quando ainda era governador (viria a ser Imperador de Roma) teria por lá os seus cavalos a pascentar, tendo dado o nome de Cesaredas ao local. Também os árabes, depois de 715, deixaram a marca da sua presença como ainda hoje se pode constatar pelos símbolos esculpidos nas cantarias das casas em forma de coração e estrela de seis pontas.
Ao longo dos tempos as Cesaredas viriam a prosperar fruto de algumas quintas importantes que se instalaram naquela zona (como a do Furadouro) originando desenvolvimento em todos os sectores e novas iniciativas, como um moinho de enxofre para o combate do oídio, conhecido por Moinho do Pagador, uma moagem de cereais no ano de 1920 e uma banda filarmónica.
A prosperidade desta área foi criando nos seus habitantes a vontade de criar uma freguesia própria tendo surgido a 4 de Abril de 1886 a primeira petição, sucederam-se outras iniciativas que viriam a culminar em 1925 com a criação da Freguesia da Olho Marinho.
Com este segundo desmembramento ficou Amoreira confinada a 1.939ha dos 7.061 que possuía aquando da sua formação como Freguesia.
 
 
 

Morada

Freguesia de Amoreira
  Praça Dr. Azeredo Perdigão nº1
 2510-408 AMOREIRA - ÓBIDOS

Contactos

  (+351) (Tel. e Fax) 262 969 334 (Rede Fixa Nacional)
  (+351) 916 443 812 (Rede Móvel)

Horários

  Reunião de atendimento ao Publico
Quintas-Feiras das 19:00h às 20h:30m sujeito a marcação
 
 

Este Website utiliza cookies para proporcionar uma melhor experiência de utilização. Ler mais Continuar

Cookies

Os cookies são ficheiros pequenos que são temporariamente armazenados no disco rígido do utilizador (cookies baseados em sessão). Estes cookies existem apenas enquanto durar a sessão da Internet. São utilizados para melhorar a facilidade de utilização de um Web site. Mesmo que não aceite a criação de cookies no seu computador, é possível utilizar uma parte do nosso Web site. Todavia, tenha em conta que poderá haver restrições em certas funções e/ou indisponibilidade de certas funcionalidades. A maioria dos browsers aceita automaticamente os cookies. No entanto, é possível contrariar essa aceitação definindo o browser para bloquear todos os cookies. Para obter mais informações, consulte as instruções disponibilizadas pelo fabricante do browser que utiliza.